quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A crise no quotidiano

Para contrabalançar a dor de alma que são as entrevistas que alguns jornalistas fazem a quem está sem emprego ou na iminência de ficar sem ele, ou sem casa, ou sem comida, ou tudo junto, deixando-nos com a sensação de que o país inteiro está desempregado, sem-abrigo, esfomeado, na miséria total, exponho uma experiência pessoal vivida há dois dias (um dia de semana, portanto), à hora de almoço, num supermercado próximo:
Parque de estacionamento cheio, supermercado cheio, com quase todas as caixas a funcionar, filas de pessoas à espera de vaga para se sentarem a uma mesa no restaurante que o supermercado possui, filas nas secções do talho, do peixe e na de comida confeccionada para levar para casa, a secção de cafés, dos bolos e dos pãezinhos com algo dentro, bem composta, a fisionomia das pessoas descontraída.
Não havendo departamentos públicos nos arredores deste estabelecimento, e, como sabemos, só os funcionários públicos tiveram aumentos substanciais nos ordenados este ano e têm emprego garantido, podemos concluir que a maioria daquelas pessoas trabalha nas micro, pequenas, médias e grandes empresas privadas que, dessas sim, há muitas naquele local. E ainda bem!