quarta-feira, 29 de abril de 2009

Candidatos a mártires

No mínimo perturbadora esta situação descrita por José Saramago no seu Caderno sob o título "Os meninos vestidos de preto".

terça-feira, 28 de abril de 2009

A Esfinge

Qual Esfinge, ninguém consegue acertar na interpretação das palavras de Manuela Ferreira Leite, e é a própria que costuma vir esclarecer o sentido do que disse anteriormente. As palavras estão gravadas? Não interessa! A incapacidade (para não dizer burrice) é dos que não conseguem descodificar as palavras da Esfinge. Haverá por aí algum Édipo que resolva o enigma?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Referências da "direita"

Ontem, no blogue Hoje há Conquilhas, de Tomás Vasques: "Uma «direita» que usa como referência Manuela Moura Guedes e Eduardo Cintra Torres está à beira do abismo".

sábado, 25 de abril de 2009

35 anos do golpe militar - homenagem a Salgueiro Maia

No passado dia 3 de Abril completaram-se dezassete anos sobre a morte de Fernando Salgueiro Maia. O mês de Abril parece ser o seu e hoje não me apetece homenagear mais ninguém.
*
Demoraste muito, desta vez.
Cheguei a pensar que te perderas
na crispada brancura da neve.
Uma luz anónima,
de fotografia antiga, é agora
a tua. Já não terás outra.
Nem outro silêncio por vestido
a defender-te do frio.
Há no entanto no teu olhar
certo orgulho velado,
como se a claridade
fosse a tua casa, a tua
idade. E a rosa
que sempre vi na tua mão
ainda lá está, embora apagada.
Nada pergunto, nada me dizes,
mas um sorriso breve brilha na sombra.
Anónima, não tarda
que a luz te proteja e leve.
*
Eugénio de Andrade

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um conto de Gonçalo M. Tavares no Dia Mundial do Livro


O PAÍS INGÉNUO

A tristeza era tanta que os sorrisos passaram a ser pagos. Alguns funcionários do Estado, disfarçados, diluídos na multidão das cidades, observavam os poucos cidadãos sorridentes que passavam e, discretamente, mandavam-nos parar. Apresentavam-se: Funcionários do Estado!, diziam, e depois pediam a identificação do sorridente. Registavam nome e morada.
Ao fim do mês, os referidos cidadãos recebiam o cheque. Durante o mês de Fevereiro foi visto três vezes a sorrir na rua - estava escrito, com data e hora, no pequeno documento que acompanhava o dinheiro.
A quantia dada por cada sorriso não era uma fortuna, mas digamos que ser visto pelo Estado a sorrir nove vezes durante um mês dava perfeitamente para viver sem dificuldades.
Pois bem, em pouco tempo o clima emocional do país alterou-se por completo. Seja por avidez ou pela própria natureza das coisas o país em dois anos tornou-se conhecido pelo "permanente e impressionante optimismo dos seus cidadãos", como se dizia numa agência de notícias internacional.
Os subsídios do Estado aos sorrisos terminaram pouco depois, mas como ninguém informou os cidadãos eles mantiveram aquele sorriso estúpido, repugnante, desadequado, inútil, sem razão de ser.

(Histórias de Gonçalo M. Tavares)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Biblioteca Digital Mundial


Está já disponível on-line a Biblioteca Digital Mundial, onde se encontram reproduções de livros, documentos e manuscritos que fazem parte dos acervos das bibliotecas de todo o mundo, em línguas como o chinês, russo, árabe, inglês, francês, castelhano e português.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Como a moral e a política estão unidas, para Aristóteles

«Sendo nossa intenção tratar aqui de coisas relativas à moral, o que temos que fazer em primeiro lugar é averiguar exactamente de que ciência faz parte. A moral, a meu ver, só pode fazer parte da política. Em política nada é possível sem se ser dotado de certas qualidades; quero dizer, sem se ser um homem de bem. Mas ser homem de bem implica ter virtudes; e, portanto, se em política se quer fazer algo, é preciso que se seja moralmente virtuoso. Isto faz com que o estudo da moral apareça como uma parte e até como o princípio da política, e, por conseguinte, defendo que ao conjunto deste estudo deve dar-se-lhe o nome de Política em vez do de Moral. Creio, portanto, que deve tratar-se, em primeiro lugar, da virtude, e mostrar como é e como se forma, porque não se tirará qualquer proveito em saber o que é a virtude se não se souber também como nasce e por que meios se adquire».(...)
(a responsabilidade da tradução deste excerto a partir do castelhano é minha, excerto que se encontra em La Gran Moral, Libro Primero, Capítulo I, De la naturaleza de la moral)
in Aristóteles, Moral (La Gran Moral y Moral a Eudemo), Espasa-Calpe,S.A., Colección Austral, 6.ª edición, Madrid, 1976

Custas judiciais

Ontem às 7 h soube, via rádio, que a Associação dos Familiares das Vítimas da queda da ponte de Entre-os-Rios tinha recebido correspondência onde constava o valor das custas judiciais a pagar e que ascenderia a quinhentos mil euros; ao meio-dia ouvi o Presidente da Câmara de Castelo de Paiva, também via rádio, a dizer que o valor a pagar rondaria os setenta mil euros; às 22 h no Jornal 2 (RTP2) o valor das custas já ía nos cinquenta e sete mil euros. Como hoje ainda não ouvi falar no assunto, não sei se já chegaram a zero, depois de tantas cartas e faxes que o Presidente da Câmara de Castelo de Paiva disse que iria enviar para muitas instituições incluindo o Presidente da República (não vejo o que é que este tem a ver com o assunto, talvez seja por se referirem a ele como "o mais alto magistrado da Nação" que crie estas confusões). E já agora, todos esses contactos não poderão inscrever-se naqueles tipos de atitudes a que se tem chamado ultimamente de "pressões"?. Enfim, idiossincrasias nossas.
Aproveito para registar que na segunda-feira entra em vigor um diploma com os novos valores para as custas judiciais que, numa análise muito superficial, parece só permitir o acesso à justiça aos indigentes e aos afortunados. Vamos ver o que acontece na prática.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

ANF - esta vingança não se serve fria

O Presidente da Associação Nacional de Farmácias, João Cordeiro, para não perder a face por ter fracassado a campanha que fomentou junto dos associados no sentido do não cumprimento da lei em vigor que dá aos médicos a prerrogativa de autorizarem ou não a substituição dos medicamentos que receitam por genéricos correspondentes, veio ontem dizer que, a partir de agora, nos recibos que as farmácias passam aos clientes irão constar os preços dos respectivos medicamentos genéricos para que os clientes tenham a noção do valor que poderiam poupar.
O Presidente da ANF ao querer vingar-se desta maneira pelo insucesso da sua campanha, não faz mais do que prestar um excelente serviço aos cidadãos e ao governo. Aos cidadãos, porque, ao verem demonstrada a diferença de preços para a mesma substância activa, mais facilmente ganharão coragem para pedirem, senão mesmo exigirem, que os seus médicos os receitem. Ao governo, porque este há muito que deseja aumentar a percentagem do consumo de medicamentos genéricos por uma questão de controlo de despesas.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Liberdade de expressão

Uma das frases mais assertivas que conheço na defesa da liberdade de expressão é esta, de Voltaire: «Não concordo com o que diz, mas defenderei até à morte o seu direito de dizê-lo».
Não será necessário explicitar que este direito se refere à liberdade de expressar ideias - políticas, filosóficas, religiosas, etc. Quando se entra no domínio do insulto e da difamação, não só aquela frase é inaplicável como dificilmente os que insultam e difamam se poderão proteger no direito de liberdade de expressão.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

António Câmara - Conferência "A Inovação e a Liderança"

A 22 de Abril, 18h-20h, no Auditório 2 da Universidade Católica, o Professor António Câmara, fundador e presidente da YDreams, dará uma Conferência subordinada ao tema "A Inovação e a Liderança".
Preço: 6 € (gratuito para orientadores de estágio, licenciados, mestrandos e doutorandos da FCH e formandos da EPG-FCH).
Inscrição na Conferência: Elisabete Carvalho ecarvalho@fch.ucp.pt, telefone: 217214199.