segunda-feira, 29 de junho de 2009

Testamento Vital, o documento

Muitas pessoas têm chegado a este blogue como resultado de pesquisa de um documento-tipo ou do modelo de um documento a preencher, que constitua o seu Testamento Vital, e vão dar a um pequeno texto que escrevi, mais como reflexão perante alguns casos tristes da vida, a que chamei Testamento vital/Testemunho vital. Assim, hoje vou abordar a questão do documento, começando pela situação em que se encontra o assunto.
O Testamento Vital foi aprovado na Assembleia da República há um mês e, caso o Presidente da República não o vete, tem de ser publicado no Diário da República e regulamentado. Muito provavelmente será elaborado um documento-tipo que abranja todas as situações em que, no caso de doença ou de acidente, as pessoas possam indicar o que querem e o que não querem que os médicos façam consoante a gravidade do seu estado de saúde e da irreversibilidade do mesmo. Para que um documento destes possa ser acedido directamente pelos médicos, tem de constar de uma base de dados e estar disponível para todos os hospitais, centros de saúde e clínicas, públicos e privados, do mesmo modo que, por exemplo, quem não quer doar órgãos tem de estar registado, caso contrário, e em princípio, somos todos dadores.
A meu ver, um documento destes, até ficar disponível para os cidadãos, com todos os pareceres técnicos que vão ser necessários, principalmente de médicos, para que saia algo de rigoroso e ao mesmo tempo simples, nunca acontecerá antes de 2010 (entretanto aproximam-se eleições legislativas e autárquicas que não deixam os políticos pensar em mais nada e, se houver mudança de governo, ninguém pode garantir que este diploma não seja revogado).
Porque os momentos aziagos acontecem, podemos fazer, entretanto, e para que os outros conheçam a nossa posição sobre o assunto, o nosso próprio Testamento Vital. Numa folha de papel, à mão ou no computador, elaboramos um documento que contenha a nossa identificação (nome, idade, morada, n.º do B.I., estado civil, n.º do cartão de utente do centro de saúde e nome do médico de família, se tiver) e explicitamos as medidas de suporte artificial da vida que recusamos perante a iminência de morte, por exemplo: tubo de alimentação nasogástrico (alimentação através do nariz) quando me encontrar paralisada ou incapaz de ser alimentada pela boca; respiração mecânica quando já não for capaz de respirar pelos meus próprios meios; reanimação eléctrica ou mecânica do meu coração quando ele tiver parado de bater; etc. Indicar, também, a pessoa ou pessoas, e os respectivos contactos, que devem tomar estas decisões clínicas no caso de ficarmos incapacitados de o fazer. Uma vez concluído o ducumento, eu assiná-lo-ia na presença de um notário ou de quem o substitua, de modo a obter um reconhecimento presencial da assinatura. Dá um pouco mais de trabalho mas ninguém porá em causa de que fomos realmente nós que o assinámos sem constrangimentos.
Depois, fazer fotocópia do documento para cada pessoa a quem queiramos dar conhecimento das nossas decisões, incluindo os que nomeámos no documento para as tomarem por nós no caso de já não o conseguirmos fazer. Podemos fazer, também, um pequeno cartão e colocá-lo na carteira de documentos, com a indicação de que possuimos um Testamento Vital e quem deverá ser contactado para o mostrar.
E são estas as sugestões alternativas que me ocorrem enquanto esperamos por um documento oficial ou por indicações oficiais de como deve ser elaborado.
Por último, convém lembrar que tudo isto só será possível em Portugal se os médicos diagnosticarem o nosso estado de saúde como irreversível, caso contrário poder-se-ia entrar no domínio da eutanásia, que abrange situações muito diferentes, que requerem abordagens éticas, morais e filosóficas, e que é ainda ilegal no nosso país.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Com dirigentes políticos irresponsáveis perdemos todos, como país

Já me tinha questionado como é que uma pessoa da qualidade de Jorge Miranda continuava a ter paciência para aturar os jogos dos partidos, ele que tão bem sabe que na eleição parlamentar do Provedor de Justiça lamentavelmente prevalece a disciplina partidária e não o bom senso, nem o que pode ser considerado o melhor para o país. Desistiu da sua candidatura. Dele não esperaria outra coisa. O país ficou a perder mais uma vez.

Precipitações de Manuela Ferreira Leite


Mais uma vez Manuela Ferreira Leite perdeu uma oportunidade para estar calada. Ao afirmar que tinha "a certeza absoluta" de que o Primeiro Ministro tinha mentido quando este disse ontem no Parlamento que não tinha conhecimento de qualquer negócio entre a PT (Portugal Telecom) e o grupo PRISA que detém a TVI.
Henrique Granadeiro, presidente da PT, disse à agência Lusa que não há qualquer negócio entre a PT e a PRISA, nem o assunto consta da ordem de trabalhos da próxima assembleia geral.


Parabéns a Graça Morais e a Bragança


Completa-se amanhã, dia 26, um ano sobre a inauguração do Museu Graça Morais em Bragança e, também amanhã, nesse mesmo espaço, tem início uma exposição de trabalhos de Paula Rego.





sábado, 20 de junho de 2009

BCP reduz apoio ao Teatro São Carlos

O BCP (Banco Comercial Português) que, desde 1998, através da Lei do Mecenato, contribuía com 1 milhão de euros/ano para a programação do Teatro São Carlos, reduziu agora esse valor para cerca de 280 mil euros.
Uma das coisas de que José Sócrates se lamenta foi não ter dado mais atenção à Cultura, o que pressupõe que o fará no futuro. E se os mecenas começarem a cortar no apoio que dão às realizações culturais, o investimento do Governo nesta área tem de ser bem mais substancial.

Momento Zandinga

A não perder, no blogue Da Literatura de Eduardo Pitta: Momento Zandinga

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Petições - concelho de Oeiras

Hoje dedico-me aos assuntos locais, os que nos afectam mais directamente, e que para já são dois:
1 - O crescimento descontrolado da construção em Carnaxide, com o consequente aumento de tráfego, ruído e poluição, pode vir a transformar uma localidade tranquila, com qualidade de vida, num pesadelo que não terá fim dado o conjunto de obras em curso e as que estão já programadas para futuro (eu sou testemunha disso pelo que vejo das janelas, na avenida onde se situa o Hospital de Santa Cruz). Os residentes em Carnaxide que desejem informar-se sobre este assunto e, no caso de quererem manifestar o seu desagrado ou preocupação, encontram todos os esclarecimentos bem como a oportunidade de assinarem a petição " Pelo crescimento sustentado da freguesia de Carnaxide", dirigida ao Presidente da Câmara de Oeiras, aqui.
2 - Na envolvente do Estádio Nacional está a ser construído um campo de golfe de 18 buracos, que implica o corte de muitas árvores e um acesso mais restrito das populações ao local, não só dos residentes no concelho como a todos os que lá se queiram deslocar. Neste momento as obras estão paradas, provisoriamente, por ordem do Tribunal, devido a uma Providência Cautelar. Podem saber mais através do blogue Amigos do Estádio Nacional. A petição contra essas obras, dirigida ao Secretário de Estado da Juventude e Desportos, encontra-se aqui.
Nota: As questões da freguesia de Carnaxide foram abordadas no dia 22 de Junho no programa Portugal em Directo da Antena 1, com entrevista a Carlos Alcobia, presidente da Associação de Moradores, disponível em: http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?prog=1043 (procurar programa de 22 de Junho). Por outro lado, também foram tema de um artigo publicado na secção Local do Jornal Público no dia 23 de Junho, que pode ser lido neste endereço: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1388111&idCanal=2100.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Por que se continua a chamar TGV ao Comboio de Alta Velocidade?

Somos tão criativos a inventar siglas que ainda não compreendi por que se continua a chamar TGV (Train à Grand Vitesse) a um transporte similar a utilizar no futuro em Portugal, a que já se dá o nome de Comboio de Alta Velocidade, ou seja, a que poderia corresponder a sigla CAV, ou CAVE, ou COMALVE, ou ALVE, etc. Siglas que até se prestam à invenção de piadas tão ao gosto de alguns portugueses, principalmente dos que não concordam com a sua existência.
E como foi decidido hoje que o estudo deste assunto vai continuar e que só haverá uma decisão definitiva após as eleições legislativas, entretanto ficamos assim...

Abstencionistas portugueses, ouviram?

Ouviram o que disse hoje, em Lisboa, o Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão sobre as eleições no seu país e que o Jornal 2 da RTP transmitiu? Disse que as eleições no Irão foram mais democráticas do que as eleições Europeias porque tiveram uma maior participação. Para os dirigentes iranianos, uma democracia resume-se à percentagem de participação em eleições. A ausência de liberdade de expressão, de associação cívica e política, até mesmo de comunicação, já que bloquearam os serviços de telemóvel, de Internet e de televisão via satélite, e que são elementos intrínsecos a uma democracia, para eles são coisas sem importância, esquisitices ocidentais.
É uma "democracia" assim que querem?

Eleições no Irão

A ler no blogue Ana de Amsterdam de Ana Cássia Rebelo : Mousavi (2).

sábado, 13 de junho de 2009

Paulo Portas, o queixinhas

Paulo Portas vai queixar-se ao Presidente da República do desacerto das empresas de sondagens na previsão da percentagem de votos no seu partido às Eleições para o Parlamento Europeu de domingo passado.
Por que não aproveita para se queixar também de algum erro do Instituto de Meteorologia para estes dias de modorra que não tenha saído conforme o previsto?
Ou, melhor ainda, pode aproveitar para apresentar um novo modelo de sondagens que obrigue os eleitores a dizerem aos "sondadores" em quem, na realidade, vão votar (sem ser através de tortura). Se for o caso, não esqueça de o patentear.

António Variações - 25 anos... além





Estou Além

Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só
Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só
Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou


António Variações


quinta-feira, 11 de junho de 2009

Só pelo exemplo

Quando ontem ouvi, em directo via rádio, o discurso de António Barreto na Comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, fiquei naquele estado quase indizível de felicidade interior que já tão poucas coisas me proporcionam, que tive receio de me precipitar a escrever o que quer que fosse sobre o assunto enquanto não o visse impresso e o pudesse ler atentamente. Já o tenho em pdf, de modo que o li e reli e mantenho o primeira impressão que me causou. Como o texto também já está no blogue de António Barreto, quem não teve ainda oportunidade de o ler pode encontrá-lo aqui.
Não fora o discurso seguinte, o de Cavaco Silva, com os lugares-comuns habituais, e teria sido um momento quase perfeito. E, no entanto, foram excertos deste que passaram na rádio durante o dia e nos telejornais à noite, não tendo ouvido mais falar do de António Barreto. Talvez por isso necessitasse de o ver impresso porque às tantas já duvidava que ele o tivesse proferido.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Cavaco Silva e a SLN

Sobre este assunto há perguntas a fazer:
Uma vez que a SLN (Sociedade Lusa de Negócios) não estava cotada em Bolsa, como é que Cavaco Silva soube da existência das acções, do seu valor, da melhor altura para comprar e para vender?
Se, com as acções cotadas na Bolsa, por vezes se detectam casos de informação privilegiada, punidos por Lei, que tipo de informação teve Cavaco Silva?
E é tudo o que tem de ser esclarecido.

Igualdade no acesso ao casamento civil


Os dias das crianças, dos pais e dos professores


Dentro das ondas (II)



Do fotógrafo surfista Clark Little