quinta-feira, 28 de maio de 2009

Testamento vital/Testemunho vital

Quando tento elaborar o meu testamento vital, vêm-me à memória dois ou três casos de que tive conhecimento em que pessoas morreram sozinhas em casa e ninguém deu por isso senão quando o cheiro da decomposição dos seus corpos se fez notar. Ninguém lhes sentiu a falta, ninguém deu pela sua ausência. Num caso, foi a falta de pagamento da renda do apartamento que levou a senhoria a questionar-se sobre o que teria acontecido àquele senhor, tão pontual no cumprimento dessa sua obrigação, a averiguar o que se passava. O corpo encontrado sem vida no apartamento pode ser, assim, sepultado, mais de um mês depois de a morte, por causas naturais (paragem cardíaca), ter ocorrido. Se tinham família? Não sei. Nem sempre os familiares são as pessoas mais próximas de muitos de nós. Se essas pessoas teriam feito os seus testamentos vitais? Não sei. Na total solidão em que morreram, não passariam de papéis inúteis. E perante esta situação, questiono-me sobre a importância de passar a escrito qualquer desejo, incluindo o de que as máquinas sejam desligadas se a minha existência se tornar apenas biológica e já não biográfica, se já não for um ser humano autoconsciente, racional e autónomo. Hoje estou e sou. Amanhã, acordarei?

domingo, 24 de maio de 2009

Dia da comunicação social? Então imaginemos...

Imaginemos os principais meios de comunicação social a porem-se de acordo quanto a uma carta deontológica mínima. Imaginemo-los a entenderem-se sobre a necessidade absoluta do respeito pela vida privada das pessoas (políticos ou não). Imaginemo-los a proclamar o carácter imprescritível deste novo direito do Homem que seria, não o direito de se contradizer e de ir embora, mas sim o direito ao segredo.
Suponhamos uma declaração solene nos termos da qual os jornalistas se proibiriam de fazer eco, sob quaisquer formas, de um ataque ad hominem que não tivesse sido submetido à prova de todas as técnicas de confirmação dos factos. Suponhamos ainda que um jornalista que confessou publicamente que fabricou informações apenas com o objectivo de atingir alguém (político ou não) ou que veiculou sem ter verificado, factos do seu passado que não correspondem à verdade, suponhamos que esse jornalista é banido da profissão do mesmo modo que um manipulador de entrevistas.
Seria todo o disparate, todo o lixo jornalístico que se tornaria menos rentável. Seria, para a verdadeira democracia, a melhor maneira de homenagear quem lutou e quem continua a lutar por ela.

sábado, 23 de maio de 2009

Eleições - votar em quem?

Quem desejar descobrir o seu posicionamento no panorama político das Eleições de 2009 para o Parlamento Europeu, poderá fazê-lo no sítio www.euprofiler.eu/
Acaba por ser útil também para as eleições internas, uma vez que a maioria das perguntas feitas tem a ver com políticas nacionais e regionais de cada país.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

João Bénard da Costa (1935-2009)-Homenagem

Hoje morreu João Bénard da Costa. Um daqueles homens cultos, fascinantes, como há poucos entre nós. Talvez por isso eu tenha ficado com a sensação de que o seu desaparecimento, em proporção, corresponde ao desaparecimento de toda uma espécie de um qualquer ser existente na Natureza, ou seja, à extinção de uma espécie. Insubstituível.

Os fins e os meios

A ler: "Os fins e os meios" no blogue Defender o Quadrado de Sofia Loureiro dos Santos, a propósito da gravação feita numa sala de aula em Espinho.

Dentro das ondas (I)



Fotos do fotógrafo surfista Clark Little (via email)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Petição para a defesa da língua portuguesa

A petição para a defesa da língua portuguesa, que ultrapassou as cento e quinze mil assinaturas, está hoje na Assembleia da República. Será suficiente para travar a aplicação do acordo ortográfico? Desejo que sim, e escrevi sobre o assunto em Abril de 2008 no meu outro blogue, sob o título: Esta língua que nos divide. E receio que não.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Edgar Morin num Colóquio sobre Educação em Lisboa



Na próxima sexta-feira, 22 de Maio, Edgar Morin estará em Lisboa a convite do Instituto Piaget para participar num Colóquio sobre Educação.

Na minha biblioteca, "O Paradigma Perdido" de Edgar Morin, "O Homem Ameaçado" de Konrad Lorenz e "O Sagrado e o Profano" de Mircea Eliade encontram-se lado a lado, como se formassem um todo essencial para o conhecimento do ser humano nas suas diversas dimensões.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Os animais são considerados "coisas" perante a Lei. Onde foram buscar essa ideia?

Como o meu sentido de humor decresce na proporção directa da subida dos horrores, socorro-me de Keith Ward que, no livro "Deus e os Filósofos", escreveu o seguinte:
«(...) Descartes acreditava que apenas os seres humanos tinham mentes. Os outros animais só tinham cérebros, sem mentes lá dentro. Os animais não possuíam consciência e não agiam livremente. Eram apenas máquinas que podiam ser dissecadas e sujeitas a experiências, que podiam ser desmontadas e reunidas em várias combinações, tal como os relógios ou as máquinas a vapor.
Filósofos mais recentes não ficaram impressionados com a ideia de que os chimpanzés, cujo ADN difere do nosso em apenas um por cento, são apenas máquinas, enquanto que nós somos seres livres e responsáveis. Contudo, e surpreendentemente, muitos filósofos não concluíram que os chimpanzés têm, de facto, livre arbítrio. O que concluíram foi que nós não o temos. Concordam com Descartes, na medida em que os chimpanzés não possuem consciência nem liberdade de escolha, mas acrescentam que os seres humanos também não. A consciência não passa de uma função do cérebro físico e a liberdade é a sensação de que os nossos cérebros ainda não decidiram o que fazer. A vontade e a consciência são completamente excluídas do Universo e substituídas pelas leis da física, que fazem com que os minúsculos pedaços de matéria que constituem os nossos cérebros se comportem de formas extremamente complexas mas completamente automáticas.»
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in Keith Ward, Deus e os Filósofos (título original God: A Guide for the Perplexed), Oficina do Livro, Lda., Lisboa, 1.ª edição, 2007, página 21.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Quem não suporta a ideia de "bloco central", nem a oposição que existe, tem mais duas opções novas nos próximos actos eleitorais - MMS e MEP









Como o Rui Marques, Presidente do MEP (Movimento Esperança Portugal) nos é já familiar, bem como o seu envolvimento cívico em várias causas, e o Eduardo Correia, 45 anos, Professor de Gestão no ISCTE (Doutorado em Finanças), Presidente do MMS (Movimento Mérito e Sociedade) me é totalmente desconhecido, estive atenta a uma entrevista que lhe fez a Maria Flor Pedroso no passado dia 24 de Abril na Antena 1, (porque só me interessa o que dizem os próprios em discurso directo e ao vivo para evitar erros de interpretação jornalísticos), aqui ficam algumas ideias programáticas que anotei:
- Redução do número de deputados para 100, a disciplina de voto não faz sentido, cada eleitor deve saber que deputado o representa;
- Não concorda com o financiamento público dos partidos políticos;
- Redução do número de Municípios;
- Redução dos Impostos, porque o que é necessário é uma boa gestão e acabar com o despesismo dos governos;
- A favor da despenalização da interrupção voluntária da gravidez;
- A favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo;
- A favor do fim da NATO (desconheço de momento os argumentos porque não lhe foram perguntados);
- Aumento do salário mínimo para € 650,00 e o ideal será, no futuro, uma equivalência dos salários mínimos a nível Europeu;
- O mar como elemento alavancador na criação de riqueza, designadamente a investigação oceanográfica, agora não há qualquer estratégia para o país;
- União dos países lusófonos, todos eles marítimos também;
Quando lhe foi colocada a hipótese de não conseguir eleger qualquer deputado, disse que o MMS não desistiria da sua participação cívica e política porque "as boas ideias não morrem por não vingarem à primeira".

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dia de África - 13 de Maio de 2009

(clique no cartaz para ampliar)
Destinatários: toda a comunidade académica.
Entrada gratuita, mas sujeita a pré-inscrição até ao dia 8 de Maio, através do endereço: diadeafrica@lisboa.ucp.pt