No caso dos crimes do austríaco Josef Fritzl, tenho a sensação de que quem vai sofrer uma pena perpétua são as vítimas, não o autor dos crimes. Este recolherá a um estabelecimento prisional onde não se preocupará mais com a sua subsistência nem com a sua saúde física e mental nem, possivelmente, com as suas necessidades espirituais (música, livros, etc.). As vítimas, mesmo que mudem os seus nomes, a sua aparência, a sua nacionalidade e, até, de país, terão sempre "jornalistas" sem escrúpulos a tentar descobri-los para os expor, quais atracções de circo, e, por outro lado, nunca conseguirão fugir das suas vivências dolorosas que estão armazenadas aí, no cérebro, nesse "cantinho" da memória que não é passível de transplante ou de apagamento.