terça-feira, 9 de novembro de 2010

"O povo é sereno!...é apenas fumaça!" - lembram-se?

É com naturalidade que assinalamos aniversários do nascimento ou da morte de pessoas que, de um modo ou de outro, nos disseram alguma coisa. Hoje resolvi assinalar o 35.º aniversário em que, o então Primeiro-Ministro, Almirante José Baptista Pinheiro de Azevedo, proferiu as frases: “o povo é sereno!” e “é apenas fumaça!”, depois do rebentamento de uma bomba ou petardo enquanto discursava numa das janelas do Terreiro do Paço em Lisboa, e que estão registadas no vídeo em baixo. E faço-o porque, com alguma frequência, utilizo estas expressões, não no seu sentido original e factual, mas para me referir a alguns projectos de medidas e discursos políticos de hoje, a que também designo por retórica política e/ou partidária, ou seja, aquilo a que não dou crédito por saber de antemão que é falso, inverosímil, inexequível, quando não, inadequado e completamente estúpido, porque fora da nossa realidade.
Outro modo de proteger a minha paciência, é não dizer absolutamente nada, ou, no caso deste blogue, passar algum tempo sem escrever uma linha sobre os acontecimentos do nosso quotidiano político, uma vez que continuo a carregar o fardo desta minha “intuição” sagaz, que parece estar sempre no topo de uma montanha de onde abrange uma vastidão, não de paisagem, mas de dias futuros e, por isso, ver nos textos repletos de sinais de alegria e de optimismo que alguns escrevem precipitadamente, e que, no dia seguinte, se tornam em textos carregados de amargura e de pessimismo, porque aquilo que parecia afinal não é, assemelhando-se, isso sim, a um pingue-pongue de humores, para não dizer a uma “depressão bipolar” generalizada, com o risco de se tornar em epidemia. Poupemo-nos então, porque ninguém o faz por nós, e vamos ao vídeo “histórico” com pouco mais de um minuto:


4 comentários:

Eduardo Miguel Pereira disse...

O problema, Maria Josefa, é que o povo não é sereno.
O povo é manso, perigosa e assustadoramente, manso !
Se é que me faço entender ...

Maria Josefa Paias disse...

.
Faz-se entender muito bem. Depois de há algum tempo ter lido no seu blogue sobre a sua satisfação em relação ao que alguns grupos anarquistas estavam a fazer na Grécia, ficou clara a sua posição.

Abraço.

Eduardo Miguel Pereira disse...

Se calhar excedi-me nesse dia.
Sabe ... isto há alturas em que me sobem os azeites !
Nem o Yoga me vale :-)))

Manuela Freitas disse...

Lembro-me muito bem desta cena! Lendo o que a Josefa escreveu desse mal estar que sente e que é extensível a muitos, receio que para acalmar o povo, dizendo que ele é sereno, o mesmo possa não ser nada sereno, como o não era nesta ocasião referenciada!
Beijo,
Manuela