Do álbum "It could happen to you"
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
A pedido das Escolas iPad, ou "Steve Jobs", da Holanda
Depois de, a 6 de Julho p.p., ter publicado aqui um artigo
sobre as Escolas iPad na Holanda, tenho recebido correio assinado pelo Sr.
Maurice de Hond, o mentor deste projecto, que achou por bem informar-me do
desenrolar das actividades dos pais e alunos até à abertura das referidas
escolas, que se verificou a 21 de Agosto p.p. (e não a 13 de Agosto, como
constava do artigo mencionado).
Informou-me também que tinham elaborado um extenso e
pormenorizado comunicado de imprensa sobre o funcionamento das escolas “Steve
Jobs”, que me enviou, em neerlandês, inglês, castelhano e chinês (a mim
coube-me a versão castelhana, o que é compreensível), tendo-me solicitado que
desse conta aqui no blogue do endereço onde podem ser vistos cinco vídeos
(vimeo) sobre as actividades das crianças e das escolas, e que é este: www.educationforanewera.com/es
(também a versão castelhana, claro).
Satisfeito o pedido, não deixo, todavia, de reafirmar a
apreensão que manifestei na introdução à publicação de 6 de Julho.
© Maria
Paias
terça-feira, 20 de agosto de 2013
segunda-feira, 22 de julho de 2013
A alucinação já passou
Mais uma vez, o povo suicidário (nós, segundo Unamuno) foi
impedido de tal acto porque a “mãe” (a razão) guardou e trancou muito bem os
venenos. Mas alguns suicidários estão furiosos porque só se sentem bem no mundo
da fantasia, dada a sua incapacidade para lidarem com as dificuldades do mundo
real. É certo que o Presidente da República (PR) atravessou uma fase de
alucinação ao ver uma impossibilidade, e que era a concretização de um
compromisso de médio prazo entre o PS, o PSD e o CDS-PP, de modo a salvaguardar
a estabilidade no país e para garantir que os compromissos decorrentes da
assistência financeira da troika seriam cumpridos, mesmo depois da data
prevista para a conclusão do resgate, Junho de 2014. Mas o PR esqueceu-se, também,
de que não vive num país civilizado, como aqueles a que se referiu na
comunicação de 21 de Julho e que, salvo erro, se encontram no centro e norte da
Europa. Aqui, no sul da Europa, creio que muitos políticos mais facilmente
dariam a vida pelos partidos do que pelos seus países, embora não se coíbam de
afirmar que são grandes patriotas.
Recuperado da alucinação e recuperado o bom-senso que a
razão comanda, e tiradas as ilações da sua tentativa infeliz, o PR decidiu-se
pelo interesse do país, neste momento difícil, e isso é o que lhe compete. De
resto, espero que seja mais paciente do que eu para as gritarias e demagogias.
© Maria Paias
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sexta-feira, 12 de julho de 2013
Na parvónia, nada de novo
Mas o que é que o Presidente da República (PR) não entende
da cassete do secretário-geral do Partido Socialista (PS) [se ouvir as cassetes
do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista também serve, porque o conteúdo é
parecido]? O homem não se cansa de dizer que quer eleições antecipadas já,
pouco se importando com a situação catastrófica em que o país se encontra, nem
com o facto de estarmos sob assistência financeira, cujo memorando o governo do seu
partido negociou e assinou com a troika em 2011. E é uma pessoa com esta
atitude que o PR quer agora trazer para um diálogo alargado com os outros
partidos que também se comprometeram com o conteúdo do memorando, o Partido
Social-Democrata (PSD) e o Centro Democrático e Social - Partido Popular (CDS-PP),
que actualmente formam a coligação que governa o país, e que, pelo menos, tem
cumprido esse mesmo memorando, ultrapassadas que estão sete avaliações, com os
correspondentes ajustamentos ao memorando inicial. E não era esse o principal
desiderato de qualquer governo? Ou, então, desconhecerá o PR a lógica interna
dos partidos políticos que temos, e pensa que pode facilmente demover António
José Seguro dos seus discursos demagógicos? Claro que não. A comunicação ao
país do PR, a 10 de Julho, foi mais uma amostra da idiossincrasia do povo
português, onde se denota o apego à pequenez, à vingançazinha, ao “cá se fazem,
cá se pagam”, à mesquinhez.
Não me é tão desgastante lidar com os estados de alma de
Paulo Portas, de que há muito conheço os sinais, nem com o seu carácter. Escrevi
aqui, a 2 de Junho de 2011 – “Paulinho, afinal o que é que o menino quer?” e, já sei, que ele quer sempre tudo. Mas o que
verdadeiramente me cansa são os que não sabem o que querem, ou aqueles para os
quais “quanto pior, melhor”. Dos superiores interesses do país não sabem, nem
querem saber.
© Maria
Paias
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sábado, 6 de julho de 2013
Escolas iPad na Holanda, uma reforma radical
Depois de ler este artigo fiquei a reflectir, tentando antever que tipo
de cidadãos terá a Holanda daqui a dez ou quinze anos, se a maioria das
crianças e jovens acederem a este modelo de “ensino”. Se hoje já se distanciam
tanto dos problemas que afectam os seus parceiros da União Europeia mais dados
a festas e romarias (de preferência, à borla), não será de admirar que, no
futuro, e por este caminho, se sintam mais confortáveis a lidar com robôs do
que com seres humanos. Mas como posso não estar a entender bem o alcance e as
repercussões desta “reforma”, traduzi o artigo e publico-o aqui quase na
totalidade, pois pode haver alguém que me indique o que tem de virtuoso.
«Muitas
escolas usam iPads. Mas, e se toda a experiência educativa fosse oferecida via
tablet? Isso é o que algumas novas escolas na Holanda estão a planear fazer.
Não haverá o quadro negro nem programas escolares. Será o fim da sala de aula?
Pensem
diferente. Isto foi mais do que um anúncio publicitário. Foi um manifesto e,
com isso, o ex-presidente da Apple, Steve Jobs, revolucionou a indústria dos
computadores, da música e o mundo dos telemóveis. O plano seguinte do
visionário do digital era introduzir mudanças radicais nas escolas e nas
editoras de manuais escolares, mas morreu de cancro antes de o conseguir
executar.
Algumas das ideias que talvez tenham ocorrido a Jobs, estão
agora a ser concretizadas na Holanda. Onze “Escolas Steve Jobs” abrirão em
Agosto, estando Amesterdão entre as cidades que acolherão esse tipo de escola.
Cerca de mil crianças, com idades entre os 4 e os 12 anos, irão a essas
escolas, sem cadernos, livros ou mochilas. Cada uma delas, contudo, terá o seu
próprio iPad.
Não
haverá quadros, giz ou salas de aula, salas de professores, aulas formais,
planos de aulas, carteiras, canetas, professores a ensinar à frente da turma,
horários, reuniões de pais com os professores, notas, toques para intervalo,
nem dias de escola e de férias previamente estabelecidos. Se uma criança
preferir jogar no seu iPad em vez de aprender, não haverá problema. E as
crianças escolherão o que desejam aprender com base no que lhes desperta
curiosidade.
As
adaptações já estão a ser feitas em Breda, uma cidade perto de Roterdão, onde
uma das escolas ficará instalada. Gertjan Kleinpaste, o reitor de 53 anos de
idade, está consciente de que a sua escola iPad na Schorsmolenstraat poderá
tornar-se, em breve, destino para invejosos – e também para indignados –
reformistas da educação de todas as partes do mundo. (…)
O
ano passado, ele era o reitor de uma escola que tinha três computadores, o que
achava frustrante. “Já não estava a acompanhar os tempos”, diz ele. Em breve
(13 de Agosto de 2013), Kleinpaste será um membro da era digital avançada. E
está convencido de que “o que estão a fazer parecerá normalíssimo em 2020”.
As
escolas Steve Jobs estarão abertas entre as 7:30 e as 18:30 de segunda a
sexta-feira. As crianças entrarão e sairão quando quiserem, desde que estejam
presentes no período principal, entre as 10:30 e as 15:00. As escolas
encerrarão apenas pelo Natal e Ano Novo. As famílias das crianças poderão ir de
férias quando lhes aprouver, e nenhuma criança terá de ficar preocupada se
faltar às aulas por causa disso, uma vez que já não existirão aulas no sentido
tradicional.
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Ordem dos Professores
Nestas coisas dos “think tanks” para a reforma estrutural do
Estado vem-nos à cabeça cada ideia para um determinado sector público, que, ao
vermos a cara de espanto dos que nos rodeiam, ficamos na dúvida se nos saiu um
disparate completo ou algo em que ninguém tinha pensado e que, porventura, seja
uma ideia a considerar e a aprofundar.
A propósito da ainda excessiva concentração no Ministério da
Educação das decisões que respeitam a todos os níveis de ensino, e que fazem
dele aquele “monstro”, embora paulatinamente se tenha vindo a dar autonomia às
escolas para a resolução de alguns problemas, e foi nesse sentido que entendi a
afirmação de Nuno Crato de que seria necessário “implodi-lo”, fica aqui uma
sugestão que poderá contribuir para o emagrecimento do “monstro”. Das muitas
associações de professores, há uma que engloba os que são favoráveis à criação
de uma Ordem dos Professores, não sei se é apenas porque acham chique a
designação, ou se estão a pensar numa Ordem profissional a sério com tudo o que
ela implica, tal como as Ordens dos Advogados, dos Médicos, dos Engenheiros,
etc., que têm também como função acreditar os respectivos cursos, sem a qual
não se pode exercer a profissão que cada qual representa, além da obediência
aos estatutos internos. À partida, estas Ordens são maioritariamente
representativas de profissionais liberais e não de funcionários públicos, como
é o caso actual dos professores. Ora, se fosse constituída uma Ordem dos
Professores com a mesma finalidade das que referi, e simultaneamente fosse dada
muito mais autonomia às escolas, o Ministério da Educação poderia dedicar-se às
outras funções que já tem e desempenhá-las muito melhor, enquanto a educação
ficaria exclusivamente a cargo de profissionais inscritos na Ordem respectiva.
Também ficaram com cara de espanto, ou estão a fazer contas
ao número de funcionários públicos que deixariam de ter esse estatuto sem
deixarem de exercer a sua profissão? Os professores/funcionários que querem a
sua Ordem, calculo que não estivessem a pensar em nada disto, pois já estou a
ouvir muito ranger de dentes. Mas, quando se defende uma ideia, há que analisar
todas as suas implicações.
© Maria Paias
quinta-feira, 13 de junho de 2013
terça-feira, 30 de abril de 2013
terça-feira, 19 de março de 2013
Chipre não é uma ilha encantada
Como a minha análise sobre o modo como a União Europeia e,
dentro desta, o Eurogrupo, aceitou resgatar Chipre, difere do que tenho ouvido
e lido, aqui vai o que penso da situação.
Como é sabido, Chipre é uma ilha dividida ao meio, em que
uma parte foi ocupada pela Turquia (cipriotas turcos), e essa metade da ilha
não pertence à União Europeia (UE), embora a própria Turquia queira, desde há
muito, fazer parte do clube, e a outra metade é habitada maioritariamente por
gregos (cipriotas gregos), e é esta parte que, em 2008, foi admitida no clube
europeu e na zona euro, ou seja, com o pacote completo. Tratando-se de um dos
muitos “paraísos fiscais” que existem por esse mundo, muitos cidadãos e
empresas de outros países, residentes ou não na “meia-ilha”, como russos,
ingleses, gregos da Grécia, alemães, etc., têm utilizado os seus bancos para
beneficiarem da fiscalidade bem mais suave do que a que vigora nos respectivos
países, e os seus pouco mais de 800.000 habitantes dedicam-se essencialmente
aos serviços e ao turismo, além de guardarem o dinheiro alheio que, com tantos
benefícios fiscais, pouco contribui para a sustentabilidade do país em termos
financeiros e, daí, prever-se que, se nada for feito, entrar em bancarrota já
em Maio.
Por outro lado, há alguns anos, Chipre já tinha contraído um
empréstimo junto da Rússia, com quem agora tem estado a negociar para que o
mesmo seja dilatado no tempo e com melhores condições, e foi, aliás, toda esta
situação de dependência face à Rússia que fez com que a UE demorasse muitos
meses a analisar a situação cipriota, cujo pedido de resgate apresentado orçava
os 17 mil milhões de euros, tendo a UE, ou melhor, os países mais ricos da zona
euro, aceitado emprestar 10 mil milhões, através do novo mecanismo de
estabilização financeira, e que, como sabemos, esse empréstimo, nos países mais
civilizados, está sujeito à aprovação dos respectivos parlamentos, uma vez que
é do dinheiro dos respectivos cidadãos contribuintes que se trata. E então o
resto do dinheiro que a “meia-ilha” parece necessitar? Pode muito bem ter
passado pela cabeça dos ministros das finanças na última reunião do Eurogrupo,
e tratando-se de um “paraíso fiscal”, que estaria na hora dos que ao longo dos
anos beneficiaram fiscalmente das condições que lhes foram dadas, de
contribuírem também para evitarem a morte da galinha dos ovos de ouro.
É claro que estas decisões “criativas” causam de imediato
algum pânico, principalmente nos cipriotas gregos, cidadãos comuns, sem
fortuna, e a quem a regra adoptada pela UE, também em 2008, de que qualquer
cidadão teria os seus depósitos bancários garantidos até ao valor de cem mil
euros parecia não se aplicar, dadas as percentagens progressivas a reter sobre
os depósitos, anunciadas pelo Presidente cipriota. Quanto a isto, a ver vamos
se as regras da UE também podem ser letra morta.
Não querendo ser agoirenta, e mesmo que este empréstimo
venha a ser aprovado pelo parlamento alemão, não me parece que a “meia-ilha”
consiga sair desta, tanto mais que a acumular com este tem também a dívida à
Rússia.
Do que me questiono, em última análise, e vou sempre bater
na mesma tecla, é se vale a pena, em nome de interesses geoestratégicos, que
neste caso incluem a Rússia e a Turquia ocupante, admitir um país nesta
situação, que não representa mais do que 0,2% no conjunto da UE, mas que na sua
infinita pequenez pode desestabilizar ainda mais todo um continente que ainda
não encontrou o rumo certo.
terça-feira, 5 de março de 2013
Para os desmemoriados
«Em
Agosto de 1983, o Governo do Bloco Central PS-PSD, assinou um memorando de
entendimento com o Fundo Monetário Internacional. Os impostos subiram, os
preços dispararam, a moeda desvalorizou, o crédito acabou, o desemprego e os
salários em atraso tornaram-se numa chaga social e havia bolsas de fome por
todo o país. O primeiro-ministro era Mário Soares. Veja como o homem que hoje
quer rasgar o acordo com a troika defendia os sacrifícios pedidos aos
portugueses.
“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”. DN, 27 de Maio de 1984
“Não se fazem omeletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”. DN, 01 de Maio de 1984
“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.” JN, 28 de Abril de 1984
“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”. Idem
“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível”. RTP, 1 de Junho de 1984. Idem, ibidem
“A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”. Idem
“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”. Idem, ibidem
“[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (...). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”. JN, 28 de Abril de 1984
“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência... deve pura e simplesmente falir. (...) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade". Idem
“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”. 1ª Página, 6 de Dezembro de 1983
“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”. DN, 19 de Fevereiro de 1984
“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar”. RTP, 1 de Junho de1984
“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa”. Der Spiegel, 21 de Abril de 1984
“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”. RTP, 31 de Maio de 1984
“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço”. La Republica, 28 de Abril de 1984
“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”. Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984
“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um político sê-lo nas condições actuais”. JN, 28 de Abril de 1984
“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”. 6 de Junho de 1984»
“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”. DN, 27 de Maio de 1984
“Não se fazem omeletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”. DN, 01 de Maio de 1984
“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.” JN, 28 de Abril de 1984
“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”. Idem
“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível”. RTP, 1 de Junho de 1984. Idem, ibidem
“A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”. Idem
“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”. Idem, ibidem
“[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (...). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”. JN, 28 de Abril de 1984
“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência... deve pura e simplesmente falir. (...) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade". Idem
“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”. 1ª Página, 6 de Dezembro de 1983
“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”. DN, 19 de Fevereiro de 1984
“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar”. RTP, 1 de Junho de1984
“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa”. Der Spiegel, 21 de Abril de 1984
“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”. RTP, 31 de Maio de 1984
“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço”. La Republica, 28 de Abril de 1984
“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”. Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984
“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um político sê-lo nas condições actuais”. JN, 28 de Abril de 1984
“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”. 6 de Junho de 1984»
Transcrevi
daqui.
sexta-feira, 1 de março de 2013
Olá, Consciência!
No próximo dia 12 de
Março, terça-feira, pelas 19:00 h,
terá lugar no Auditório do Alto dos Moinhos, Rua João de Freitas Branco, em
Lisboa, o lançamento do livro Olá,
Consciência! – Uma viagem pela filosofia, da autoria de Mendo Henriques e
de Nazaré Barros e cuja apresentação estará a cargo de José Tolentino Mendonça.
Como, naturalmente, ainda não tive acesso ao seu conteúdo, transcrevo um texto
que acompanha o pequeno vídeo de apresentação da obra e que poderão ver mais
abaixo.
«Olá, Consciência! é um convite a uma viagem apaixonante
pelo mundo da filosofia. De leitura viva e acessível, com uma apresentação
inovadora que conjuga rigor e linguagem atraente, esta obra de introdução à
filosofia distingue-se das demais porque parte das experiências quotidianas
para explicar conceitos filosóficos e mostrar como a vida faz mais sentido se
for vista à luz da filosofia.
Mendo Henriques e Nazaré Barros trazem de novo a filosofia à praça pública - onde ela nasceu - e introduzem os leitores no mundo da consciência como chave de compreensão do que nos rodeia, na ciência e na política, na arte e na religião, na economia e na metafísica, na comunicação e na ética. Olá Consciência! destina-se a todos os que não se conformam com a norma instituída, com o politicamente correcto, com a superficialidade e o comodismo do pensamento único. Porque a filosofia é de todos os que ousam pensar por si próprios.
Este livro é um espaço para reflectir, como quem passeia num jardim, sem pressas nem compromissos. Ou, para os mais apressados, um mapa de metro, em que o leitor pode escolher a linha que quer seguir. Num caso como noutro, o destino da viagem é uma existência mais consciente e necessariamente mais rica.
No site www.olaconsciencia.com encontrará informações complementares nesta viagem pela filosofia, editada em Portugal e no Brasil.
Boa viagem!»
Mendo Henriques e Nazaré Barros trazem de novo a filosofia à praça pública - onde ela nasceu - e introduzem os leitores no mundo da consciência como chave de compreensão do que nos rodeia, na ciência e na política, na arte e na religião, na economia e na metafísica, na comunicação e na ética. Olá Consciência! destina-se a todos os que não se conformam com a norma instituída, com o politicamente correcto, com a superficialidade e o comodismo do pensamento único. Porque a filosofia é de todos os que ousam pensar por si próprios.
Este livro é um espaço para reflectir, como quem passeia num jardim, sem pressas nem compromissos. Ou, para os mais apressados, um mapa de metro, em que o leitor pode escolher a linha que quer seguir. Num caso como noutro, o destino da viagem é uma existência mais consciente e necessariamente mais rica.
No site www.olaconsciencia.com encontrará informações complementares nesta viagem pela filosofia, editada em Portugal e no Brasil.
Boa viagem!»
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Colóquio Lonergan, Perspectivas actuais da Filosofia Aplicada
O CEFi – Centro de Estudos de Filosofia da Faculdade de
Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, no âmbito da linha de
investigação em Filosofia Política e Ética promove, no próximo dia 5 de Fevereiro,
terça-feira, em Lisboa, o Colóquio Lonergan 2013, sobre Perspectivas Actuais da
Filosofia Aplicada, que decorrerá no Edifício da Biblioteca João Paulo II, 2.º
piso, sala de exposições, a partir das 9:15h. Entrada livre.
Para debater estas perspectivas, o Colóquio reúne especialistas de diferentes áreas e escolas. Além de docentes e investigadores das Universidades de Évora, Coimbra, Nova de Lisboa e Católica, estarão também presentes organizações como a Associação Portuguesa para o Aconselhamento Ético e Filosófico, o Consultório do Eu, além de pedagogos e psicoterapeutas.
Para debater estas perspectivas, o Colóquio reúne especialistas de diferentes áreas e escolas. Além de docentes e investigadores das Universidades de Évora, Coimbra, Nova de Lisboa e Católica, estarão também presentes organizações como a Associação Portuguesa para o Aconselhamento Ético e Filosófico, o Consultório do Eu, além de pedagogos e psicoterapeutas.
Se o programa não estiver totalmente legível no documento em
baixo, pode ser consultado e guardado a partir desta página do CEFi
sábado, 12 de janeiro de 2013
O relatório - diagnóstico do FMI
Concluída a leitura do relatório do FMI, noto que nada do
que consta do seu diagnóstico me é desconhecido, e, se assim é, menos o será
para os que, ao longo dos anos, foram os responsáveis pela criação de todas
aquelas situações de desigualdade dentro da própria função pública
“permanente”, ou em “exercício de funções públicas”, pelo que me é
incompreensível a algazarra sobre o texto que nada mais faz do que explicitar
em letra de forma o que muitos sabemos. A única falha que lhe encontro é o não
ter sido mais abrangente, uma vez que se debruça apenas sobre alguns dos
serviços prestados pelo Estado, deixando de fora muitos outros que, a meu ver,
são mais perniciosos no que se refere a gastos dos dinheiros públicos, diga-se
dos contribuintes, e cuja existência/necessidade é muito discutível.
Quanto às sugestões que o FMI deixa para superar muitas das
incongruências diagnosticadas, algumas são interessantes, se bem que só
possíveis, infelizmente, com o decorrer dos anos, e outras são evidentes, como
a da insustentabilidade da multiplicidade de sistemas e subsistemas de saúde,
de excepções e mais excepções, parecendo que cada trabalhador é titular de uma
excepção qualquer no decorrer da sua vida de trabalho, e, isso sim, contribuiu
para a construção deste “novelo” difícil de desenredar, e, quanto a mim, nada
constitucional, pois põe a nu a desigualdade de tratamento entre trabalhadores da
própria função pública, já para não falar das desigualdades entre estes e os do
sector privado. Por acaso as leis que lhes dão suporte foram consideradas
inconstitucionais? É evidente que não foram. E agora que se pretende minimizar
as desigualdades entre trabalhadores do sector público e do privado, porque em
ambos trabalham cidadãos do mesmo país, e a que o Tribunal Constitucional
esteve tão atento no Orçamento do Estado de 2012 por serem tratados de modo
desigual no que se refere aos respectivos contributos para atenuar a difícil
situação financeira em que nos encontramos, só posso esperar que, pelo menos,
os senhores juízes sejam coerentes.
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