domingo, 30 de maio de 2010
O motivo por que a Fitch desceu a notação de Espanha
Embora em Espanha se tenha aprovado um plano de austeridade a fim de reduzir a dívida pública, é a dívida dos particulares que está a deitar tudo a perder. Com efeito, a dívida acumulada pelos particulares e empresas assombram o futuro económico do país, um fenómeno que acaba de ser sancionado pela agência de rating Fitch ao baixar, na passada sexta-feira, a nota de Espanha de AAA para AA+.
Assim, e paradoxalmente, as medidas de rigor adoptadas pelo governo espanhol poderão vir a voltar-se contra ele, pois, segundo a agência Fitch, elas vão contribuir para a redução do crescimento económico, o que agravará a situação das famílias e das empresas.
Em Espanha, é o nível da dívida dos particulares que constitui um verdadeiro problema, uma vez que ronda os 178% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, três vezes superior à dívida pública. A responsável por esta situação foi a "bolha" imobiliária, durante a qual os espanhóis se endividaram ao máximo, bem como as empresas construtoras. Assim, a subida de impostos, a redução das despesas sociais e o aumento do desemprego para 20% fazem aumentar a possibilidade de incumprimento por parte dos particulares no que respeita ao pagamento das suas dívidas junto dos Bancos credores, e como os Bancos subiram as taxas de juro, tal constitui mais um obstáculo à retoma da economia.
Numa outra escala, tudo isto me parece muito familiar, e talvez só tenhamos de aguardar mais alguns dias para vermos também descer de novo a notação da República Portuguesa.
Fonte: RFI
sábado, 29 de maio de 2010
Pink Floyd - On the turning away
Creio que não se trata de "a momentary lapse of reason" da minha parte, mas apenas cansaço. Daquele cansaço à Álvaro de Campos, que não descola. Felizmente existe a Música.
domingo, 23 de maio de 2010
sábado, 22 de maio de 2010
Como disse, senhor Presidente ?
Cavaco Silva disse ontem na RTP que não está surpreendido com a situação do país porque tem dezenas de documentos, elaborados desde 2003, que apontavam para este desfecho se se mantivessem as opções políticas de gastar além das nossas possibilidades.
Serei só eu a ver a gravidade das mesmas, seja qual for o ângulo em que as analise? É que, se considerarmos que Cavaco Silva se limitou a ver andar o barco até ao afundamento actual, é também responsável por omissão, porque quer os governos tenham maioria absoluta quer não tenham, é sua obrigação, nas reuniões privadas com os Primeiros-Ministros em funções, chamar a atenção para esses factos e tudo fazer no sentido do que é melhor para o país. Se o fez e não teve sucesso nessa chamada de atenção, uma vez que não foram alteradas as políticas seguidas, então deve esclarecer-nos sobre isso para que essa responsabilidade por omissão não lhe seja atribuída. Agora, apresentar-se apenas com um ar triste, preocupado e pesaroso, nada resolve nem esclarece. Afinal, para que serve o Presidente de um país?
Dia e Ano Internacional da Biodiversidade
Vi há poucas horas uma reportagem sobre alguns estudantes de Biologia da Universidade do Algarve que fizeram greve de fome para chamar a atenção como a pesca excessiva, principalmente a de arrasto, está a contribuir para a diminuição de muitas espécies de peixes que muitos de nós adquirimos sem sequer nos darmos conta que estamos a contribuir para a sua eventual extinção, nem para o facto de muitos desses modos de pesca serem ilegais. Por isso, e assinalando-se hoje o Dia Internacional da Biodiversidade, e sendo 2010 também o seu Ano Internacional, deixo aqui um vídeo sobre este assunto, que também pode ser visto no sítio da Greenpeace Portugal neste endereço: http://www.greenpeace.org/portugal/
quinta-feira, 20 de maio de 2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
José Sócrates opta por um penso-rápido para atacar os problemas do país
Graças ao "apertão" na reunião dos países da União Europeia e da União Monetária no passado fim-de-semana, José Sócrates apercebeu-se da realidade, não só da portuguesa mas da europeia e, finalmente, deixou o sorriso tolo e tentou esboçar mais algumas medidas necessárias para a redução do défice, tendo em vista também a diminuição dos encargos, ou taxas de juros, com a dívida externa da República Portuguesa, mas isto só acontecerá se os nossos credores virem alguma virtude nestas medidas adicionais ao PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento).
Lamentavelmente, o plano de austeridade apresentado ontem, não é senão um "penso-rápido", já que nada foi anunciado para se dar início à resolução dos problemas estruturais do país, mas apenas para a redução do défice e, em princípio, por um período de 18 meses, sem poupar sequer aqueles que já pouco ou nada têm. Ou seja, após estes 18 meses, o défice poderá estar controlado, mas a situação do país permanecerá precisamente igual à actual, sem competitividade, sem produzir quase nada, em suma, sem uma economia digna desse nome.
A 27 de Janeiro, quando veio a público que o défice de 2009 era, afinal, de 9,3%, corrigido posteriormente para 9,4%, e escrevi sobre isso aqui, previ um aumento de impostos no Verão por ser a maneira mais fácil que os governos encontram para resolverem os seus próprios erros. E eles aí estão, a partir de 1 de Julho. A 25 de Março, também disse aqui, que o PEC, apesar de todos os elogios de que foi alvo por instâncias europeias e pelo FMI, não era o melhor para o país, precisamente porque não atacava os problemas estruturais nem continha cortes sérios nas despesas de funcionamento do Estado, para já não falar na despesa corrente, e aí está um plano de austeridade adicional que continua com a mesma falha. Agora até tenho receio de prever seja o que for, porque mais cedo ou mais tarde a realidade impõe-se a todos.
Quero, no entanto, regozijar-me com o facto de a União Europeia ter decidido ver previamente os orçamentos anuais dos Estados-membros, o que contribuirá, a meu ver, para se evitarem os chamados orçamentos eleitoralistas, desadequados, portanto, à realidade de cada país, e que possam pôr em risco a própria existência da zona euro e, em última análise, da União Europeia.
Etiquetas:
défices excessivos,
economia; política,
ética e política,
FMI,
José Sócrates,
orçamentos,
PEC,
plano de austeridade,
UE,
zona euro
José Luís Saldanha Sanches (1944-2010)
Particularmente hoje necessitava de ouvir o Professor Saldanha Sanches e a sua análise sobre o plano de austeridade que José Sócrates apresentou ontem, mas a doença venceu e levou-nos um dos melhores fiscalistas do País aos 66 anos de idade.
Para a família e amigos aqui deixo os meus sentidos pêsames.
domingo, 9 de maio de 2010
Dia da Europa
Hoje não estou com disposição para falar da minha querida Europa e do 60.º aniversário da sua fundação, pelo que apenas deixo aqui um vídeo com uma versão Hip Hop do Hino à Alegria do amado Beethoven, Hino da União Europeia, esperando que nunca venha a ser feita uma versão "flop".
sexta-feira, 7 de maio de 2010
TPC para os ex-Ministros que vão ao Palácio de Belém no dia 10 de Maio
Sugiro aos ex-Ministros das Finanças e/ou da Economia, que vão partilhar com o Presidente da República a sua preocupação com a situação gravíssima em que o país se encontra, o seguinte exercício, que também deverão mostrar ao Presidente: anotem, pode ser numa folhinha A4, todas as decisões que tomaram, quando exerciam essas funções, e que contribuíram também para a situação actual do país; podem até culpar os chefes dos respectivos governos e identificá-los para ficarmos completamente esclarecidos; este documento deve ser elaborado em português cuidado e compreensível a todos e tornado público.
Vou aguardar com impaciência o resultado desses exercícios de memória, honestíssimos, mas à cautela vou esperar sentada.
Etiquetas:
Cavaco Silva,
crise financeira,
défices excessivos,
dívida externa,
economia; política,
ética e política,
ex-ministros finanças-economia,
PEC
Subscrever:
Mensagens (Atom)