terça-feira, 13 de julho de 2010

Fui um filósofo nos séculos XVIII - XIX

De vez em quando ofereço-me um "fait divers" para manter alguma sanidade mental e não perder a capacidade de me rir de mim mesma.
Como a situação económica e financeira do país, da zona euro e da União Europeia em geral vai prosseguindo na senda do que já escrevi, e falar agora da decisão de hoje da Agência Moody, e da consequente desvalorização do euro, ou das asneiras do governo, seria estar a repetir-me, uma vez que tudo se tem vindo a desenrolar de acordo com o que já intuí (e aqui a "intuição" é a palavra-chave para o que se segue).
Estando a "arrumar" o correio do gmail, reparei numa mensagem de Setembro de 2009 a que, na altura, talvez por falta de tempo ou de disposição, não prestei atenção, mas que arquivei com uma estrelinha, o que quer dizer que ficou a aguardar melhores dias. Esse dia foi hoje e lá fui ver do que tratava o endereço que constava na mesma, e que é, nem mais nem menos, o diagnóstico do que fomos na nossa última incarnação terrena. E sobre mim, diz o seguinte:
"Não sei se lhe parece bem ou não, mas foi um homem na sua última incarnação terrena; nasceu no território que hoje conhecemos como Ucrânia, por volta do ano 1775. A sua profissão era a de filósofo e pensador. Foi uma pessoa tímida, contida, tranquila. Tinha talento criativo, mas que esperou até esta vida para ser libertado. Por vezes, os que o rodeavam consideravam-no uma pessoa estranha.
A lição que a sua vida passada lhe deu para a incarnação actual foi a de que a sua percepção do mundo sempre lhe pareceu, de certo modo, diferente da dos outros. A lição a aprender é que deve confiar na intuição como a sua melhor guia na sua vida actual".
Ora aqui está a intuição que mencionei atrás e que, na falta de formação em Economia e Finanças, me tem permitido avaliar as situações e o seu desfecho com acerto, até agora, e que herdei do tal filósofo que já fui nos séculos XVIII-XIX. Agora já só me falta descobrir quem foi (fui) e qual o contributo que deixou (deixei) para o pensamento contemporâneo. Mas isso parece-me uma tarefa um pouco mais complicada. Vamos ver se o "talento criativo que esperou por esta vida para ser libertado" me serve de alguma coisa nesta demanda. Sou mesmo uma pessoa "estranha", como já escrevi algures :))

6 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Eu sempre confiei na intuição!

Mas, neste caso, Josefa, não é necessariamente feminina, uma vez que noutros tempos, idos, "foi um homem" :)

E eu diria: que bom a Josefa ser assim, diferente!

Obrigada pelo bom humor. Com um beijinho.

Manuela Freitas disse...

Rir de nós mesmos é muito salutar, tb pratico quanto posso! Já li algo no género, mas não com certeza não pensei muito em quem era, porque já me esqueci...
Relativamente à Josefa, vou usar da minha intuição: «filósofo e pensador», tal e qual, «pessoa tímida, contida, tranquila», tímida nem sempre, contida parece, tranquila não, penso que é dasassossegada, ou não seja o BS feminino. «Talento criativo...», obviamente, «pessoa estranha» eu diria especial!
Josefa espero que não leve a mal, a continuação do Fait-divers.
Beijinhos,
Manuela

Maria Josefa Paias disse...

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Ana Paula, por favor não me fale em "intuição feminina" porque não sei o que isso é :)
Talvez já tenha reparado que uso muito os termos "pessoa" ou "pessoas" e não distingo géneros no que aqui escrevo porque, para mim, todos temos as mesmas potencialidades para aprender e saber, o que nem todos temos são as mesmas condições e oportunidades, infelizmente.

Quanto à intuição propriamente dita, que também deve ter estudado, ela contém os diversos tipos de raciocínio (indutivo, dedutivo...), pelo que, quando chegamos a uma conclusão e, até, a uma perspectiva de como as situações vão evoluir, não estamos mais do que a fazer uso dessas "ferramentas". O que se passa em mim, e por certo com muitos milhões de pessoas, é que consigo quase "visualizar" a evolução das situações a longo prazo, e talvez por isso me canse e não tenha paciência de ler e ouvir as conversas e debates diários sobre coisas miúdas e descontextualizadas, porque retiradas ao todo, uma vez que na minha cabeça o "puzzle" já está completo :) Será a isto que se refere aquela frase "que, de certo modo, tenho uma percepção do mundo diferente da dos outros"? :))

Seja como for, achei interessantíssimo e salutar este exercício, não só pelo riso mas, também, o ter-me proporcionado, mais uma vez, um olhar para dentro, introspectivo.

Muito obrigada e beijinho :)

Maria Josefa Paias disse...

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Manuela, gostei muito da continuação do "fait divers". Quanto ao "tranquila", de facto sou tranquila exteriormente, uma vez que o "desassossego" é interior, tal como acontecia com o BS :))

Já agora, aproveito para lhe dizer que esta brincadeira acabou por me despertar interesse pela História Antiga da Ucrânia, e dei por mim a estudar o período entre os anos 1600 e 1900. E aprendi que aquele território era dos Cossacos, e que andava sempre em tumulto, ora invadido por uns ora por outros, dividido, repartido e de novo reunificado, de tal modo que, a haver filósofos provenientes dali em 1775, tanto poderiam ser polacos, lituanos, russos, austríacos, prussianos, conforme a nacionalidade dos invasores.
Para a brincadeira ser ainda mais interessante, já tenho um "amigo" filósofo ucraniano que é professor na Universidade Católica da Ucrânia. O que não estou a pensar é aprender o alfabeto cirílico :)))

Obrigada e beijinho :))

Unknown disse...

Menina...vc foi...bom ...vc fui eu... acontece que eu entrei em um oráculo de vidas passadas e deu isso aí...igualzinho...palavra por palavra, então...ou somos almas gêmeas saídas de um mesmo filósofo de 1775 na Ucrânia eou tudo é só uma grande brincadeira...rsrsrs. Abçs

Maria Josefa Paias disse...

Obrigada Rosane, pelo seu comentário, porque, tal como em 2010, a escrita deste texto serviu-me para descomprimir e rir um pouco, e ao voltar a lê-lo, num momento em que a situação em Portugal e na Europa não é muito diferente da da altura, acabou por ter um efeito semelhante :))

Eu não levo a sério este tipo de coisas, mesmo que encontre alguns pontos de contacto com a minha personalidade, o que deve suceder com milhões de pessoas que tenham nascido nas mesmas datas e se revejam nas descrições feitas. Assim, encarei o assunto como uma brincadeira :)) Abraços!