
(...) «o supra-sumo da injustiça é parecer justo sem o ser» (...)
República, de Platão (361-a)
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Fátima Felgueiras, foto da Agência Lusa
«Costumo dizer que o psicótico, em termos afectivos, é o pobre que sempre foi pobre, enquanto o depressivo é o rico que empobreceu ao ser-lhe retirado o afecto com que contava.»
Convencionou-se assinalar o nascimento de D. Afonso Henriques a 25 de Julho de 1109, pois não há certeza absoluta não só sobre a data como sobre o local de nascimento (Guimarães, Viseu, Coimbra?). Assim, completam-se hoje 900 anos sobre a data de nascimento do que viria a ser o fundador da nacionalidade e primeiro rei de Portugal (1109-1185).
Faz amanhã, sábado, 10 anos que o Museu Interactivo de Ciência e Tecnologia do Pavilhão do Conhecimento abriu ao público. Para assinalar esta data foi elaborada uma programação diversificada, e para todas as idades, que decorrerá entre as 11h e as 24h. Mais informações em www.pavconhecimento.pt/. Entrada gratuita.
A minha madrugada "lunar" de 20 de Julho de 1969 foi ocasião para mais uma "colisão" com a minha mãe (o meu pai era do género calado e mais aberto às conquistas da ciência). Enquanto eu, em gozo de férias do Liceu no casarão do Alentejo, não conseguia tirar os olhos do televisor e ouvia os comentários do José Mensurado, a minha mãe pedia-me, de 15 em 15 minutos, lá do seu quarto onde tentava dormir e que não conseguia por causa do reflexo da luz do televisor, que desligasse "aquela coisa", e me perguntava "por que é que queres ver essas coisas sem interesse nenhum?" De facto, para ela, não só não tinha interesse como não acreditava que alguém pudesse pôr um pé na Lua. E permaneceu com essa convicção até à sua morte em 2003, com 85 anos. A mim competia-me respeitá-la nisso. O que me deixa sem palavras são algumas mensagens que recebo por correio electrónico, com todo o tipo de teorias da conspiração sobre a alunagem e com uma conclusão igual à da minha mãe que, parece, os remetentes também partilham.
Realiza-se hoje a eleição de um novo Presidente para a Mauritânia, onze meses depois de um golpe militar que acabou com duas décadas de ditadura.
Ontem morreu Walter Cronkite, com 92 anos de idade. Jornalista, editor e apresentador dos noticiários da CBS entre 1962 e 1981, lembramo-nos, muitos de nós, como seguiu acontecimentos tão importantes como a guerra do Vietname, o assassinato de John Kennedy, a viagem da Apolo 11 e a chegada do homem à Lua, o caso Watergate e a queda de Nixon.
O Festival de Música do Estoril, este ano com destaque para Bach e Haydn, decorre entre os dias 13 de Julho e 1 de Agosto. O programa é muito vasto e pode ser consultado em www.estorilfestival.net/festival09.htm.
João Calvino (Jean Calvin) nasceu a 10 de Julho de 1509 em Noyon, França, mas desenvolveu a sua actividade principalmente em Genebra, Suiça. Apesar de se ter formado em Direito é, no entanto, como reformador do cristianismo, e das suas implicações, que ficou conhecido, tanto na História das Igrejas como na História da Filosofia. Não vou tecer considerações sobre as suas reformas da sociedade e do Estado, que naquele tempo ainda poderiam ser consideradas cidades-estado, uma vez que ele defendia qualquer coisa semelhante ao que os Ayatolas iranianos do presente defendem, a não separação da Igreja e do Estado. Escolhi apenas alguns aspectos que curiosamente estão muito presentes nos dias de hoje.
A 7 de Julho de 1979 o então Presidente da República António Ramalho Eanes deu posse a Maria de Lourdes Pintasilgo, Engenheira Químico-Industrial, como Primeira-Ministra de um governo de iniciativa presidencial, tendo como incumbência mais imediata preparar as condições para os próximos actos eleitorais, legislativas e autárquicas, que viriam a ter lugar em Dezembro desse mesmo ano, com quinze dias de intervalo entre umas e outras.
Acalmada a histeria jornalística sobre o gesto de Manuel Pinho, vamos ao assunto. Ontem ouvi o debate do estado da Nação como é hábito, através de rádio, de modo que, no momento do famigerado gesto, do que não gostei foi que a TSF se tenha dedicado completamente ao mesmo em vez de me permitir ouvir em directo o orador que estava no uso da palavra, e mudei para a Antena 1 onde, apesar de uma interrupção ou outra da Maria Flor Pedroso para explanar sobre o que lhe parecia ser o "estado de espírito" do Primeiro Ministro, lá consegui ouvir quem estava a falar. Não fui para a sala da Televisão para ver o gesto. Depois de ter ouvido as declarações de Bernardino Soares, a quem o gesto foi dirigido, e os demais líderes dos grupos parlamentares, e quando o Ministro das Finanças era já o novo Ministro da Economia em acumulação de pastas, é que vi o gesto. Francamente, não vi um gesto ofensivo, vi um gesto inócuo.
Às 7 horas ouvi, via rádio, Dias Loureiro declarar aos jornalistas que o aguardavam à saída do DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal), onde foi ouvido e constituído arguido em dois casos, o seguinte: "Só hoje é que percebi alguns contornos destes negócios". Para quem parece ter problemas de memória é bom saber que há no DCIAP quem consegue explicar-lhe tudo muito bem explicadinho de modo a Dias Loureiro entender o que está em causa. Mas como ele diz que só percebeu "alguns" contornos destes negócios, tem de ir lá mais vezes para ver se consegue apreender a totalidade da coisa. Isto se, entretanto, não bater com a cabeça nalgum lado e esquecer tudo outra vez.