Aung San Suu Kyi viu a sua prisão domiciliária prolongada por mais dezoito meses pelo regime militar da Birmânia (Myanmar) por ter recebido em sua casa um cidadão americano que atravessou a nado o rio que lhe dá acesso, tendo sido este condenado por isso a sete anos de trabalhos forçados. Como as eleições gerais na Birmânia se realizam no próximo ano, é muito conveniente para a Junta Militar que governa aquele país que ela fique impossibilitada de participar nelas.
Adenda: No sábado, 15 de Agosto, o referido cidadão foi libertado e entregue a um senador democrata norte-americano que se deslocou à Birmânia e que aproveitou também para visitar a senhora Aung San Suu Kyi. Estas acções da diplomacia norte-americana face a regimes onde não existe estado de direito já nos são familiares; recentemente vimos Bill Clinton ir buscar duas jornalistas à Coreia do Norte que tinham sido condenadas a 12 anos de trabalhos forçados por terem passado a fronteira sem autorização. Para estes cidadãos e suas famílias é compreensível o alívio com esta facilidade e rapidez com que regressam a casa incólumes, bem como todo o orgulho e confiança que depositam no governo do seu país, que tudo faz por qualquer cidadão seu, onde quer que ele se encontre e sejam quais forem as circunstâncias. Os cidadãos da Birmânia (Myanmar) e da Coreia do Norte é que têm de continuar nas imensas prisões que são os seus próprios países, uma vergonha para muitos de nós que nos sentimos impotentes para alterar a situação.
2 comentários:
Tinha pensado fazer referência a este assunto mas vou comentar aqui. Este caso é, deveras, impressionante. Mais impressionante ainda é pensar em todos os outros países, onde a democracia não é sequer uma miragem, e onde, por não terem ninguém numa situação tão mediática, casos como este não chegam sequer ao nosso conhecimento.
Tem toda a razão. Até mesmo este caso possivelmente não teria vindo ao nosso conhecimento da maneira como veio se o marido dela não fosse britânico, infelizmente já faleceu sem que a senhora Suu Kyi pudesse ter vindo ao seu funeral em Inglaterra, pois se o fizesse não lhe seria permitido regressar para continuar a sua luta pela democracia na Birmânia.
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