«Racista é aquele que vê o mundo como um mosaico de grupos ou de tribos que teriam em comum, não uma visão do homem, ou uma concepção do pacto social, mas uma cor de pele, o enraizamento numa terra, uma ascendência, um atavismo. Racista é aquele que, partindo daí, diz: os homens são tributários dessas tribos; prisioneiros dessas linhagens e heranças; é a cor da sua pele, a forma do seu nariz, são os seus genes que, mais do que a sua singularidade, permitem defini-los mais apropriadamente. E é então racista aquele que, tendo definido os sujeitos desta maneira, tendo-os oposto uns aos outros como outros tantos representantes de tipos supostamente naturais, irá naturalizar a oposição e, portanto, eternizá-la, transformando num combate quase teológico e, por conseguinte, irremissível, aquilo que antes era apenas uma querela de poderes ou de interesses.»
in O Século de Sartre, de Bernard-Henri Lévy, pp 422/3
2 comentários:
Com os dois livros deste autor nas minhas mãos (os que me sugeriu), fiquei indecisa por onde começar. Mas, enfim... optei pelo "Vertigem Americana". Estou a gostar imenso!
Obrigada :)
Eu não lhe disse que estava encantada com ele? Em qualquer registo é cativante.
Um abraço.
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