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No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos.
Odes/ Ricardo Reis
6 comentários:
Querida Amiga,
Estava a escrever no blogue o postal sobre Primavera/Poesia e depois reparei que há poucos minutos tinha feito o mesmo. Por coincidência, escolhemos o mesmo heterónimo, Ricardo Reis...o poema que escolheu está muito a propósito de..., os meus nem tanto, embora toda a poesia de FP, seja sempre a propósito de tudo!...
Obrigada pela sua generosidade, relativamente a um problema já ultrapassado.
Bom Domingo!...
Beijinhos,
Manuela
Maria Josefa,
é belo, pronto!
E como, muitas das vezes, próximo.
Um abraço.
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Diz muito bem Manuela. Em Fernando Pessoa e heterónimos encontramos sempre algo adequado a qualquer momento.
Muito obrigada, um beijinho e estou sempre ao seu dispor:)
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Muito obrigada, Miguel.
Foi essa proximidade que me levou a escolhê-lo:)
Um abraço.
Tic.... Tac;
tic.... Tac;
tic.... Tac;
Quando o interior de zumbido permanece enquanto a luz se vai inclinando e parte, para voltar a erguer-se e erecta novamente se deixa inclinar para partir e o silêncio oculta o olhar de dentro que nada mais vê que o ritmo de uma corda que não pára.
Um tic-tac da tristeza.
Tal como a Josefa disse noutro post, o Pessoa (neste caso o Ricardo) que nos deixa ver uma alma que tantas outras reconhecem.
Como sempre, profundo, apesar da economia de palavras e versos e também belo, de uma beleza que poucos conseguiram igualar.
Peço perdão por não ter feito a saudação no comentário que fiz a respeito do Sr. Constâncio.
Assim, aqui lhe deixo um duplo desejo de paz, com muita saúde para a gozar
Rudolfo Wolf
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Rudolfo,
Muito obrigada pelo belíssimo comentário que aqui deixou. Gostei muito.
Muita paz e saúde também para si.
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