É esta pergunta que me tenho feito, e enquanto a reflexão vai e vem, a caneta não escreve (eu sou uma pessoa de rascunhos). Já o Direito e Avesso tem andado num frenesi delicioso, o que também pode ter contribuído para me alhear das minudências do quotidiano, tanto do país como da União Europeia, que mais parecem o mar da tranquilidade. Num, enquanto se espera pelo debate do Orçamento do Estado, na outra, enquanto se conferencia até à exaustão para escolher a personalidade que irá ocupar o cargo que poderemos designar como "Ministro das Relações Exteriores da União Europeia", isto, se pertencer à "família política" certa, porque aqui não interessa tanto o perfil ou a competência da pessoa, mas a área ideológica, o que, para uma independente, não faz sentido nenhum. E tudo isto só será possível se o Presidente da República Checa assinar o Tratado de Lisboa, o que só fará quando também lhe forem concedidas cláusulas de exclusão em determinados temas à semelhança do Reino Unido e da Polónia.
Quanto à preparação para a Conferência de Copenhaga sobre as alterações climáticas, lá chegaram a acordo quanto ao valor que a União Europeia deverá disponibilizar para ajudar os países mais pobres a atingir as metas necessárias para combater as alterações climáticas, e que é de 20.000 milhões de euros para o período de 2013 a 2020 (100.000 milhões a nível global), tendo como único critério de comparticipação a riqueza per capita de cada país da União, e que não poderia ser de outro modo, pois, como em tudo, cada um dá consoante as suas possibilidades.
(imagem: quadro de Picasso)
5 comentários:
Como há aqueles que "restolham" o ruído de fundo da galáxia, assim é preciso restolhar o quotidiano porque as máquinas deixam sempre umas ervas miudinhas que ninguém vê.
Fernando,
São as "ervas miudinhas que ninguém vê" que me despertam maior interesse, ou o tratamento das mesmas de uma maneira pessoal.
Não vejo interesse na reprodução das notícias dos meios de comunicação social, ou o encaminhamento dos leitores para as mesmas, como muitos fazem, não se distinguindo uns dos outros.
Por isso eu gosto do seu blogue, porque, por um lado, me fornece informação sobre uma cultura de que conheço muito pouco, e, por outro, o tratamento que faz de alguns assuntos do quotidiano, com uma abordagem muito pessoal e por vezes impregnada de algum humor corrosivo, dão-me um prazer de leitura que não raro me desarma e me deixa sem nada mais para acrescentar, porque está completo e perfeito.
Muito obrigada pela visita.
Um abraço.
Josefa
Fernando,
Como há quem venha aos meus blogues também para "coleccionar rostos ou similares" (não sei se há alguma competição para ver quem tem mais), não se admire se aparecerem por aí alguns.
E agora são horas de dormir.
Boa noite.
Abraço.
Especula-se que a Inglaterra venha a sair da União Europeia... será possível!?
A mim, pareceu-me razoável que a Rep. Checa, - e a Eslováquia também quer o mesmo -, exija excluir os antigos residentes alemães, da época do nzaismo, de qualquer direito de indemnização pela expropriações feitas depois do fim da IIª Guerra!
vbm,
A sua primeira questão fez-me lembrar a Madeira, que anda sempre às "turras" com o continente, mas não pode viver sem ele. E como é assim que no Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte) chamam ao resto da Europa - o continente - mais facilmente os vejo a aderir à União Monetária do que a sair deste espaço de paz e liberdade que dura há já 64 anos.
A sua segunda questão mostra, precisamente, como o ressentimento em alguns assuntos não resolvidos depois de 1945, ainda prevalece, e por isso têm de ser tratados com muito tacto e bom senso para que não haja desunião na União.
Muito obrigada pela sua visita.
Um abraço.
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