domingo, 13 de dezembro de 2009

A Grécia e a crise

O Primeiro-Ministro da Grécia, Papandreou, numa conferência de imprensa em Bruxelas no passado dia 11, excluiu a hipótese de recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para resolver o gravíssimo problema financeiro do seu país.
O défice da Grécia para 2009 foi avaliado nos 12,7% do PIB e, segundo Papandreou, irá descer nos próximos anos para os 9,1%. Tendo rejeitado que a Grécia esteja em falência iminente, disse, no entanto, que o maior problema do seu país é a corrupção sistémica no sector público.
Como não existe um mecanismo que permita à União Europeia ajudar um país da zona euro em dificuldade financeira, pois tal só é permitido Estado a Estado, ou seja, ajudas bilaterais, e como a maior parte dos países da União Europeia está concentrada na resolução nos seus próprios problemas financeiros, o Sr. Papandreou, que desempenha funções há apenas dois meses, parece-me demasiado optimista na resolução da crise grega.

Fontes: RFI e FT

Foto: Papandreou por AFP/John Thys

6 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Também me parece um excessivo optimismo. Uma redução do déficit como a que ele prevê (sem ajudas, ainda por cima) tem qualquer coisa de milagroso, na actual conjuntura económica.

Um abraço :)

Maria Josefa Paias disse...

Se conseguir, nós também queremos saber como se faz!
Obrigada, Ana Paula.
Um abraço :)

Paulo Lobato disse...

Maria Joseja,
Nós poderíamos ser seriamente afectados (contágio) caso a Grécia não consiguisse resistir.
Por isso, por eles e por nós, vão ter que ser capazes de fazer melhor que isto; com maior custo mas vai ter que ser.
um abraço

Maria Josefa Paias disse...

Paulo,
Por isso é que eu fiquei preocupada com o excesso de optimismo de Papandreou! Com dois meses de governação, ou não sabe do que fala, ou está a tentar evitar que as Agências Internacionais desçam ainda mais a nota que atribuíram à Grécia de modo a não pagarem juros ainda mais elevados nos empréstimos que necessitam de contrair.
A Portugal já desceram de novo essa classificação, o que quer dizer que também estamos na lista dos que têm que ser olhados com um pé atrás no que diz respeito ao cumprimento desses compromissos e, neste capítulo, os países do Sul estão no mesmo barco.
Um abraço.

Miguel Gomes Coelho disse...

Maria Josefa,
ou não será que a Grécia estará a tentar, aquilo que também nós deviamos fazer, que a União Europeia, face à tremenda crise e grandes diferenças de ritmo económico dos diferentes paises que a compôem, alargue mais o prazo de consolidação das contas públicas, isto é, para lá de 2013 ?
Não podendo o BCE ajudar directamente os paises, mas podendo paises fazê-lo relativamente a outros, talvez fosse uma forma de viabilizar, sem recursos ao leonino FMI, a recuperação das mais débeis economias europeias.
Será ?
Ou será só ingenuidade ?
Um abraço.

Maria Josefa Paias disse...

Miguel, creio que o prazo é razoável para se tomarem as medidas necessárias e indispensáveis. Se a União Europeia o alargar muito mais corre-se o risco do adiamento dessas medidas e do laxismo.
Um abraço.