segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Jerónimo de Sousa deu o ar da sua graça

Ouvi ontem Jerónimo de Sousa, dirigente do PCP, no Jornal 2 (RTP2), defender que todos os suportes das gravações feitas e que contenham as conversas tidas com o Primeiro-Ministro, não deviam ser destruídos, mas guardados "para futuro".
Não lhe interessa se as mesmas foram gravadas, registadas e transcritas ilegalmente, que não tenham nada a ver com um alegado crime que está a ser investigado. O que lhe interessa é que se preservem, talvez para ver se a coisa dá para aproveitamento futuro, ou, quem sabe, entretanto não passam por mãos menos excrupulosas que as façam chegar aos jornais, o que não seria nada de novo.
Apetece-me citar uma frase de Nietzsche: «Quem não quer ver o que há de elevado num homem, olha com maior agudeza para aquilo que nele é baixo e superficial - e assim se revela a si mesmo.» Se a carapuça lhe serve, faça favor.

6 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Josefa, não estou devidamente a par de toda esta situação, confesso.

De qualquer modo, a primeira questão que se me coloca a propósito, lendo atentamente o seu post, é a seguinte:

- como se permitem escutas ilegais?!

Votos de uma boa semana... :)

Miguel Gomes Coelho disse...

Maria Josefa,
já tinha sentido a sua falta nos comentários do fim de semana.
Quanto ao Jereónimo nada há que espantar.
São os métodos tantas vezes urilizados pelo " centralismo democrático" para destruição dos adversários.
Não se sequeça que Jerónimo de Sousa também afirma, e talvez bem, que não existem diferenças entre este governo e o anterior.
Mas o que eu penso que não é esquizito, o manter-se algumas das políticas já que os protagonistasd são os mesmos, para o PC é caso de espanto.
Dá-me então vontade de dizer:
"Eu também não encontro diferenças no PC ao longo dos úlgtimos 50 anos".
Será que ele gostará ?
Pode ter a certeza de que gosta de certeza. Basta ler algumas das últimas tiradas do Jornal o "Avante". Chega-se à conclusão que nada mudou, mas o mundo mudou, e o governo mudou, só eles não mudam...
E é triste ver antigos "compagnons de route" cristalizados no sistema ortorrômbico.
Não é só triste, é mesmo dramático.

vbm disse...

Eu lembro-me das escutas do Ferro Rodrigues e do António Costa, além de outros, transmitidas pela televisão para todo o país, no caso da Casa Pia e realmente é chocante ouvir a linguagem desbragada e plebeia usada na intimidade pelos políticos! Mas, mais revoltante é a miopia dos dirigentes perante a seriedade das dificuldades que o país atravessa, as parvoíces desprezíveis em que a imprensa se deleita e a anestesia despudorada da população injectada pelo noticiário de futebol dia e noite sem parança.

Maria Josefa Paias disse...

Ana Paula,
Obrigada pelo seu comentário.
A resposta à sua pergunta só pode ser: porque alguém faz da lei letra morta.
Um abraço e boa semana.

Maria Josefa Paias disse...

Miguel,
Já fui compensar a falta de comentários no seu blogue durante o fim-de-semana. Espero que me desculpe.
Quanto a Jerónimo de Sousa e ao seu PCP, de facto parecem ter ficado parados no tempo e não sei como é que assim podem contribuir para o aperfeiçoamento da nossa democracia.
Um abraço.

Maria Josefa Paias disse...

vbm,
Tocou nos pontos todos. E talvez por eu estar tão cansada de tanta parvoíce é que deixei de ler jornais. Embora continue sem estar imune às mesmas, porque há blogues que, praticamente, só reproduzem o que vem nos jornais, além da rádio que é o meu meio favorito, de modo que, para onde quer que me volte, lá estão elas.
Obrigada pelo comentário.
Um abraço.